quarta-feira, 22 de julho de 2009

Fabrício Hoffmann - por mim e por ele (Parte 1)

Quarta-feira. O post de hoje é especial para mim. Sim, todos o são, afinal nada aqui tem sido fácil, babies. Mas o que eu quero dizer mesmo com especial foi que o post será um pouco diferente. O entrevistado não é guitarrista de uma banda de Doom/Gothic, ou algo assim. Ele, apesar de ter várias influências do Thrash indo até o Jazz, por exemplo, não atua necessariamente no underground que nós aqui estamos acostumados. Peço a todos que lerem, respeito pelo profissional. Apresento, para quem não conhece, Fabrício Hoffmann.

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Meu interesse foi meio tardio, tanto que até por volta dos 10 ou 11 anos eu era totalmente analfabeto musicalmente; não sabia diferenciar estilos, não conhecia muitas bandas. Daí veio o interesse por música e mais precisamente por instrumentos. Meu sonho era ser baterista; fiz algumas aulas, mas como não tinha um instrumento para praticar, acabei desanimando. A próxima empreitada foi no contra baixo. Consegui um emprestado e comecei a fazer algumas notas, mas logo larguei de lado quando me ensinaram os primeiros acordes no violão. Achei o máximo e ficava horas repetindo os 5 acordes que havia aprendido.
Depois fui conhecendo mais de música, novos estilos, novas bandas. Ouvia Soul, Reggae, Black Music, Blues e, claro, Rock. Lembro-me como se fosse hoje a primeira vez que ouvi Stairway to Heaven inteira e não só a introdução. Arrepiei-me da cabeça aos pés. Depois conheci Black Sabbath; Iron Maiden. Mas a minha maior influência era Catedral, a cada disco que saía eu era o primeiro a comprar; ia pra casa e não descansava enquanto não tinha tirado todas as músicas.

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Fabrício vem de uma família protestante. Hoje em dia ele faz parte da Comunidade Milícia. Sei que este assunto por si só já seria pauta para uma discussão enorme. Existem visões e mais visões sobre isso. Sei disso muito bem. Mas volto a repetir, não me interessam estas visões, estejam elas certas para muitos ou não. Interessa-me um depoimento de um amigo e PROFISSIONAL da área musical.

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Alguns anos depois entrei na minha primeira banda, que tocava Heavy Metal, e apesar de não termos feito nenhum show, foi uma boa experiência e conheci muitas pessoas ligadas diretamente ao underground. Após o fim da banda fui convidado pra integrar uma banda de Gótico Industrial Pós Punk que eu não fazia a menor idéia do que isso significava. Era o Nevoa, que já era de certa forma conhecida e era meio que um divisor de opiniões: alguns gostavam e curtiam o som e outros simplesmente odiavam por se tratar de uma banda em que os integrantes erão cristãos. O nosso primeiro show foi em Barcelona, no Casarão e foi a primeira vez que eu vi o underground de perto. Todos loucos gritando, bêbados, pessoas vomitando, meninas se pegando.

Apesar do choque inicial, estranhamente me senti a vontade, e todas as pessoas com quem conversei naquele dia foram extremamente interessantes e me senti feliz por estar ali. Logo depois fomos tocar no Metanóia Fest IV, o que pra mim era como se fosse tocar em Woodstock.


Fabrício batendo cabeça por aí


Nessa época conheci muita coisa coisa nova em termos de músicas e foi quando me aproximei mais do metal mais extremo, como Thrash metal, Death, Grind e Black metal. Quando ouvi Arise pela primeira vez era como se o som que eu sempre tinha na minha cabeça como o melhor e mais pesado tivesse se materializado. Eu simplesmente pirei ao ouvir Sepultura, Megadeth, Metallica, Cannibal Corpse, Napalm Death; e merece destaque nesse processo uma banda cristã excepcional que tbm me influenciou nessa caminhada metal: o Mortification.

[continua]


Um comentário:

Unknown disse...

Parabéns pela matéria!
Fabrício é um dos grandes músicos do cenário underground capixaba!
Sou fã do seu estilo...e conheci o primeiro trabalho dele através de um amigo meu,que é amigo pessoal dele , esse amigo me emprestou um cd com as primeiras músicas gravadas em estúdio da banda do Fabrício(Symphony Crhist)...e logo ví q era um cara que sabia exatamente o que estava fazendo,os riffs....tudo...ele realmente conheçe cada estilo que ele toca...
Como eu disse tenho ele como um grande expoente do cenário underground do ES.