sábado, 25 de julho de 2009

Fabrício Hoffmann - Final

"Para mim música é música.Música não tem cor; não tem raça."

É nesta vertente de pensamento que Fabrício se firma. Música para ele é muito mais do que meros rótulos e imposições. É, não só a profissão dele, mas um aprendizado constante.

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Há cerca de dois anos tomei uma decisão difícil para mim; resolvi encarar todas as dificuldades e me tornar de fato um músico profissional. Viver de música no Espírito Santo. A primeira batalha foi ao fazer a matrícula na universidade; saber que minhas aulas seriam à tarde e consequentemente eu deveria largar o emprego numa loja de instrumentos musicais. Contando com o apoio da família encarei, e logo depois veio um convite que mudaria muita coisa em minha vida musical. Fui convidado para acompanhar uma dupla sertaneja.

Quase que no mesmo tempo, um velho amigo me convidou para integrar uma banda de Blues, que estava sem guitarrista. Não pensei duas vezes, aceitei os dois convites. Nessa época estava tocando em 5 bandas e fazendo freelances em bandas de baile.
Hoje eu estou fixo com Zé Roberto e Banda, e com o BadGuysBlues, que é a minha válvula de escape. É a banda que eu posso mostrar tudo que sei; solar do jeito que eu gosto, no tempo que eu quiser.

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Fabrício, agora, entra em uma questão que é bem o ponto-chave de muitas discusssões. O cenário underground no nosso estado.

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Eu comecei a desanimar do underground no dia em que fecharam o Entre Amigos 2.Eu estive no show de despedida e tive uma tristeza profunda e a certeza de que jamais haveria outro lugar daquele por aqui. Na medida que fui tendo uma visão mais profissional da música foi diminuindo o espaço na minha cabeça de música por diversão, apenas. Hoje em dia, eu toco o que me dá uma rentabilidade e uma condição de sobrevivência, o que eu acho praticamente impossível no underground do nosso estado, salvo algumas exceções. Se você me perguntasse se eu queria ganhar a vida tocando só Blues ou só Thrash Metal, a resposta seria: sem dúvida!

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Mas, para o nosso entrevistado, as coisas não fucionam muito bem...

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Falta um público fiel que defenda a cena; bandas nós temos, pessoas interessadas em promover eventos nós temos, mas o público do estado não é totalmente comprometido com a consolidação da cena aqui. Pagam 30 reais pra ver bandas de fora e tem dó de pagar 5 ou 7 pra ver as daqui. Os bares e locais onde tocam as bandas deveriam pagar um cachê a todas; dar uma cara mais profissional, recompensar as bandas mas cobrar responsabilidades.

Acho que falta senso de profissionalismo, mesmo que nem todos vivam disso, mas encarar como coisa séria; assim talvez o público poderia entrar no clima e fazer sua parte, pois só há investimento onde há retorno, e o underground hoje em dia não dá retorno para quase ninguem, a não ser pra alguns donos de bares.

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Você acha que a cena no estado está regredindo?

Não, acho que está estagnado desde quando eu conheço. Não há uma perspectiva de crescimento; é tudo muito amador; diversão.

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Gostaria de agradecer ao meu amigo, Fabrício, pela sua paciência e suas palavras!
Espero que, possa ser tirado daqui, alguma discussão saudável.

Um abraço a todos.
E, obrigada a todos aqueles que, de alguma forma, estão apoiando o blog ^^
Um beijo.

4 comentários:

Wallas Soledade disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Wallas Soledade disse...

Novamente parabéns pelo blog! O meu blog eu estou abandonando, estou para criar um web zine! Mas se quiser posso inserir seu banner eu meu Fórum... Entre em contato pelo email se puder.... bsmoffete@hotmail.com

Abul disse...

Beleza de iniciativa!

Anônimo disse...

Compartilho das mesmas opiniões sobre o amadorismo existente na cena undergrond do estado. Infelizmente os donos dos locais só querem saber de lucro, não oferecem boa infra-estrutura e dificilmente pagam-se cachês às bandas, e quando o fazem dão um valor ínfimo.
Quem já desanimou, como eu, dificilmente retorna aos palcos nestas condições...